O cruzamento de dados do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) está na mira do fisco.
Isso porque, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que as instituições financeiras forneçam dados de clientes aos estados para o cruzamento de dados ICMS. A decisão, que ocorreu no plenário virtual do STF, teve uma votação apertada de 6 a 5.
Cruzamento de dados do ICMS
O convênio do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) estabelece que os bancos deverão compartilhar dados de clientes com os estados para facilitar o cruzamento de dados do ICMS.
Portanto, essa medida visa aprimorar a fiscalização e a arrecadação do imposto sobre circulação de mercadorias e serviços.
Contestação da Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif)
No entanto, a Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif) questionou a legalidade do convênio. Alegou que a medida viola o sigilo bancário, um direito fundamental previsto pela Constituição Federal.
Para a Consif, a obrigação de fornecer dados de clientes aos estados pode comprometer a privacidade e a segurança das informações financeiras dos usuários.
A entidade argumenta que, embora a luta contra a evasão fiscal seja essencial, a proteção da privacidade deve ser igualmente considerada.
Implicações da decisão para bancos e clientes
A decisão do STF exige que bancos transmitam dados sobre transações e informações pessoais dos clientes aos estados.
Dessa forma, este cruzamento permitirá que os estados monitorem e fiscalizem com mais precisão, buscando reduzir a evasão fiscal e melhorar a arrecadação.
No entanto, para os clientes, isso significa que suas informações financeiras estarão mais acessíveis para as autoridades fiscais, levantando preocupações sobre a proteção dos dados e a privacidade.
O que muda com o cruzamento de dados de ICMS?
Com o cruzamento de dados de ICMS, os bancos terão um aumento na carga regulatória e nos custos operacionais, exigindo adaptações nos sistemas para garantir a transmissão segura e conforme dos dados.
Já para os estados, o acesso aos dados de clientes deve facilitar a identificação de irregularidades e aumentar a arrecadação do imposto.
Desafios e controvérsias
A decisão do STF não está isenta de controvérsias. A principal preocupação é como a privacidade dos dados dos clientes será protegida.
Isso porque, é essencial que as medidas para o cruzamento de dados ICMS sejam implementadas de forma a garantir a segurança das informações e evitar abusos.
Bancos, estados e autoridades fiscais precisarão coordenar esforços para assegurar que a aplicação da decisão respeite os direitos dos cidadãos e promova a transparência fiscal.
Proteção de dados
A decisão do STF marca um ponto de inflexão na gestão fiscal e na proteção de dados no Brasil.
Com o sistema de arrecadação do ICMS se tornando mais digital e integrado, a proteção da privacidade dos dados de clientes e a eficácia na arrecadação fiscal devem ser cuidadosamente equilibradas.
Ou seja, o acompanhamento da implementação da decisão e a adaptação dos envolvidos serão cruciais para garantir que a transição seja eficaz e respeite os direitos dos cidadãos.
Quer saber mais sobre o assunto? Confira o Aulão 168 e entenda a relação entre o cruzamento de dados do ICMS e as movimentações do PIX. Clique aqui e confira na íntegra no nosso canal do YouTube.